sábado, 2 de janeiro de 2016

RETROSPECTIVA OU FAKE? JOGUE A MOEDA E ESCOLHA O LADO

A humanidade, e esta afirmação passa pelo senso comum, se transforma a todo momento, (re) constrói realidades que não podem ser compreendidas fora da razão e da fé, da ciência e do holismo.




Publicada em 02/01/2016
Por Tatiana Costa Martins*


E se aproximam as naus no lindo mar do atual Brasil, na intenção de tomar posse daquilo que já havia sido descoberto, tendo quem diga que por aqui muitos espiões do Rei já realizam seus registros. Sim, é com Cabral que se inicia esta reflexão sobre o instinto humano (colonizado), que desde outrora, inaugurava a necessidade de privilégios, de enganos, de busca incessante pelo interesse particular.

E por que esta relação com as retrospectivas tão comuns a todos ao término de cada ano? A resposta caberá a cada um, se valentemente concluir a leitura deste texto e permitir-se refletir sobre os questionamentos que, é claro, não são verdades absolutas. Uma extensão interessante seria abordar a verdade como relativa, quiçá à luz da Filosofia, no contraponto inicial de um pensamento Racional e Cartesiano, como Platão ao afirmar que a verdade é o discurso que diz as coisas como são, e que encontrou suas controvérsias ao longo da história.

A humanidade, e esta afirmação passa pelo senso comum, se transforma a todo momento, (re) constrói realidades que não podem ser compreendidas fora da razão e da fé, da ciência e do holismo, do sentimento e do pensamento cognitivo. O parâmetro que cada Brasileiro analisou sua condição pessoal e a do país também viveu dicotomias conceituais e filosóficas, até mesmo sem que fossem percebidas claramente.

Reféns da mídia televisa ou pesquisadores independentes da internet, estes e todos são bombardeados com catástrofes (naturais e produzidas), que não deixam dúvidas a respeito da necessidade latente de mudança de atitude de todo um país. Atitude que vá além do paradigma colonizador de benefícios particulares e privilégios.

Se a crise é Fake, como muitos apregoam, cada cidadão à luz de sua própria consciência, ou na busca desta, precisa realizar a sua retrospectiva individual e coletiva, que passe pela crítica acerca dos modelos partidários e políticos que se apresentam à sociedade. O que deverá acontecer para que o gigante deixe de se portar como um animal que hiberna em situações controversas à sua sobrevivência? E veja que mais uma verdade cai por terra, pois a ciência afirmou que os ursos não hibernam, quem diria. Verdades que muitos ouviram a vida inteira.

Voltando à realidade do país, existem sim verdades incontestáveis, como a tragédia de Mariana, por exemplo, que demonstrou a selvageria que percebe o capital com valor infinitamente superior à vida biológica como um todo, pois jazem humanos, animais e plantas, e além, todo um ecossistema destruído, arrasado. Será Fake a atual condição do Brasil conhecido no mundo pela impunidade e corrupção?

Quais os sinais da crise econômica precisam ser vislumbrados para que a população clame pelo fim da corrupção em todas as esferas governamentais? O triste jeitinho brasileiro deixará de existir? Por iniciativa de quem? As cifras com proporções inimagináveis e que mensuram os desvios dos cofres públicos também são fake? Onde está a sociedade?

A sociedade se ergue após o Aedes Aegypti, que no advento da Copa do Mundo torna-se um vetor do Zica vírus. Totalmente atônita e impotente uma nação com proporções continentais vê seus filhos nascerem com microcefalia, e a indignação divide o espaço com os quintais que continuam berços férteis para a proliferação do mosquito. Salve a vacina contra a Dengue! Que é só contra a Dengue.

Ninguém pode sentir-se isento de seu direito e obrigação enquanto cidadão de um país que em queda livre precisa reinventar valores sociais que encontrem o que Dom Manuel não leu nas cartas de Pero Vaz de Caminha: Uma nação que não aceita ser explorada, que não aceita nepotismo, que não aceita corrupção e impunidade e que sem ufanismo pode ser o melhor lugar para se viver, acaso cada brasileiro faça sua escolha para que isso aconteça.


*Tatiana Costa Martins é pedagoga, orientadora educacional no município de Palmas, Tocantins, professora universitária. - Lattes: http://lattes.cnpq.br/6950352355955961

http://www.ogirassol.com.br/opiniao/retrospectiva-ou-fake-jogue-a-moeda-em-2016-e-escolha-o-lado