quarta-feira, 27 de agosto de 2014

DECRETO 8243/2014: GOLPE CONTRA A DEMOCRACIA

Escrito por HERMES RODRIGUES NERY
27 de agosto 2014

Segue a íntegra do meu pronunciamento na audiência pública sobre o Decreto 8243/2014, na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania, no Senado Federal, no dia 05 de agosto de 2014.

Exmo. Senador Anibal Diniz, que preside estes trabalhos, Ministro Gilberto Carvalho, Ministro-Chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República, Prof. Leonardo Avritzer, professor de Ciência Política da UFMG, Prof. Dalmo Dallari, professor da USP, Prof. José Matias Pereira, professor de Administração Pública da UnB, senadores e demais aqui presentes. Cumprimento a mesa e pelo vejo serei a única voz dissonante, o que é salutar para o debate democrático, que nos leva à reflexão, que é justamente o objetivo desta audiência pública. 
Gostaria de começar lembrando aqui aos senhores a perplexidade de Aristide Lobo, quando descreve o que aconteceu no golpe de 15 de novembro de 1889, dizendo que o povo assistiu tudo aquilo bestializado, isto é, alheio ao que aconteceu, sem ter tido nenhuma participação efetiva naquela quartelada; mas sofreu depois as consequências do novo regime, com a própria crise econômica decorrente do encilhamento, e os excessos do florianismo, por exemplo, "com desprezo pelas regras jurídicas"(1). Naquela que foi "a primeira grande mudança de regime político após a Independência" (2), quiseram os golpistas justificar o que fizeram dizendo que "se tratava da implantação de um sistema de governo que se propunha, exatamente, trazer o povo para o proscênio da atividade política" (3). E os fatos mostraram depois, de que se tratou mesmo de uma falácia. "Havia algo mais na política do que simplesmente um povo bestializado"(4), mas forças oligárquicas se voltaram contra o Brasil, gerando as aberrações da República Velha. E que perduram aqui hoje, com novas formas (mais sutis, mais danosas) na Nova República; na mesma práxis do Executivo asfixiar o Legislativo, no pior exercício do mandonismo, no afã de um grupo de poder que sufoca as liberdades individuais, e as demais expressões [este que se torna uma facção, favorecida por um presidencialismo que tende a um absolutismo, e que recorre à retórica da democracia, como discurso apenas para justificar que esse determinado grupo imponha a sua ideologia totalitária, usando categorias sociais artificiais, [ou mesmo estratos sociais vulneráveis como curral eleitoral, com base no populismo e no clientelismo] para legitimar seus interesses de poder, que nada são democráticos. Isso já é conhecido na história, desde a Antiguidade.
"E quando, em lugar do povo - dizia Sócrates, na ágora ateniense - é, como numa oligarquia, uma reunião de algumas pessoas que decreta o que se deva fazer, como se chama isso?"(5) E responde: Violência e ilegalidade, mesmo revestida de artifícios e sofismas, da retórica, estratégia essa bem conhecida. "- Que são então Péricles, a violência e a ilegalidade? Não são atos pelos quais o mais forte, em vez de convencer o mais fraco, obriga-o a fazer o que lhe convém?"(6) Onde um determinado grupo político quer se impor e asfixiar todos os demais. Com o Estado Novo, prevaleceu isso também: o poder do caudilho, como o de hoje, com Lula e seu grupo de poder, declaradamente socialista.

Afonso Arinos de Mello Franco, que foi senador desta casa, constituinte, que ajudou a fazer a atual Carta Magna, destaca "as deturpações sofridas pela expressão democracia"(7), lembrando Lênin, quando dizia que que "a República dos Sovietes, dos representantes dos operários, soldados e camponeses é o tipo mais elevado de instituição democrática" (8). E observa que "a franqueza de Lênin é cruel e completa, mas também são patentes os seus erros [os erros da Rússia espalhados pelo mundo], fundados em ilusões da crença ideológica marxista" (9), que o PT, de modo especial, carrega com obsessão e obstinação, em por em prática tais erros já condenados pela História, de triste memória, nos países aonde tais erros foram adotados. E ensina Afonso Arinos que "a democracia direta (como querem agora o governo do PT com o Decreto 8243/20140 de fato nunca foi praticada e dela hoje restam somente alguns resquícios históricos" (10). Isso porque a democracia, sr. Presidente, "conta com indiscutíveis bases morais" (11), e aonde faltam essas bases, não há como existir democracia, mas a corrosão da democracia, que leva à demagogia, à anarquia, à dissolução das instituições [desde a primeira e a principal de todas elas, a família], à barbárie e à toda espécie de violência.

O decreto 8243/2014 mostrou uma face sombria do projeto de poder do PT, e isso não é de hoje, mas desde seu nascedouro, quando ainda se gestava, nos anos 70, no CEBRAP (com recursos da Fundação Ford), já prevendo isso: usar as OnGs para o aparelhamento de setores estratégicos da sociedade, com metodologia gramsciana, para, aos poucos, irem ocupando postos (nas Universidades, na imprensa, nos partidos, até chegar hoje, quando praticamente quase todos os partidos são títeres de forças internacionais, articuladas para impor na América Latina a agenda socialista, a agenda controlista, uma agenda globalista.

O que se quer com o Decreto 8243/2014 não é o aprimoramento da democracia, alargando as suas possibilidades de expressão, como vem dizendo o Sr. Ministro Gilberto Carvalho, em seus pronunciamentos. Mas o Decreto visa inviabilizá-la, com "um conjunto de barbaridades jurídicas" (12), que tornam os movimentos sociais - como diz Erick Vizollli - "controlados por partidos de esquerda" (13), em especial pelo próprio PT. Estrangulamento da democracia no Brasil, que quer significar este Decreto, e não a sua promoção, como propagandeia na mídia os falazes do PT. E elucida Vizolli: "Sociedade Civil para o Decreto significa movimentos sociais"(14). E acrescenta: "Não se enganem: a intenção do Decreto 8243/2014 é justamente abrir espaço para a participação política de tais movimentos e 'coletivos'. O 'cidadão' em nada é beneficiado" (15).

O Decreto altera profundamente a ordem constitucional e o equilíbrio entre os três poderes, pois cria conselhos em toda a parte, com poder deliberativo. Tal alteração não poderia ser proposta por decreto [já aí está a sua inconstitucionalidade]. O Decreto instaura a democracia direta, que jamais foi pretendida pela Constituição de 1988. O Decreto esvazia e desmoraliza o Congresso. E isso esta Casa não pode permitir. Esta Casa tem o dever constitucional de defender o Legislativo, robustecê-lo, pois assim estará protegendo a sociedade brasileira da gula de poder, dos que querem se favorecer dos ardis do referido Decreto e dar assim esse golpe contra a democracia brasileira.

E acrescenta Vizolli: "A institucionalização de conselhos pelo Decreto 8243/2014 leva à ascensão política instantânea de 'revolucionários profissionais', pessoas que dedicam suas vidas inteiras à atividade partidária, em uma tática já antecipada por Lênin em seu panfleto "Que Fazer", de 1902 (capítulo 4c). Vamos supor por um momento que o Decreto seja um texto bem intencionado, que de fato pretenda 'inserir a sociedade civil' dentro de decisões políticas (como, aliás, afirma o diretor de Participação Social da Presidência da República em artigo d'O Globo). Ora, quem exatamente teria tempo para participar de 'conselhos', 'comissões', 'conferências' e 'audiências'? Obviamente, não o cidadão comum, que gasta seu dia trabalhando, levando seus filhos para a escola e saindo com os amigos. Tempo é um fator escasso, e a maioria das pessoas simplesmente não possui horas de sobra para participar ativamente de decisões políticas - é exatamente por isso que representantes são eleitos para essas situações. Quem são as exceções? Não é difícil saber. Basta passar em qualquer sindicato ou diretório acadêmico: ele estará cheio de 'revolucionários profissionais', cuja atividade política extraoficial acabou de ser legitimada por decreto presencial" (16). Por isso, me referi aqui no início à perplexidade de Aristides Lobo, quando disse que o povo assistiu tudo bestializado, alheio a tudo, como hoje, quando o governo do PT, com o Decreto 8243/2014 quer alijar das instâncias decisórias o povo, para garantir apaniguados no partido do governo, o acesso às instâncias decisórias; apaniguados estes que formarão os "coletivos", a sociedade civil. O Decreto, como afirmou o jornalista Reinaldo Azevedo, cria assim "duas categorias de brasileiros: os que tem direito de participar da vida pública e os que não tem. Alguém dirá: Ora, basta integrar um movimento social, mas isso implicará , necessariamente, ter de se vincular a um partido político" (17).

"Exatamente por estes motivos, Sr. Presidente, tal forma de organização, confere a extremistas de esquerda possibilidades de participação política muito mais amplas do que eles teriam em uma lógica democrática 'verdadeira', na qual ela seria reduzida a praticamente zero". Mas com a institucionalização da participação popular, que o Decreto quer garantir, estará o povo alijado do poder decisório, e Estado e Nação ficarão reféns dos tais "coletivos". Como bem lembra o Dr. Ives Gandra da Silva Martins, que me indicou para aqui representá-lo, nesta audiência pública. "As comissões e os conselhos, segundo o texto oficial, deverão ser formados pela sociedade civil. Entende-se sociedade civil [está lá no texto do Decreto], "por cidadãos, os coletivos, os movimentos sociais institucionalizados ou não institucionalizados, suas redes e organizações" (18), como os tentáculos do polvo de Lautréamont. "Dizem que qualquer pessoa do povo pode participar, mas sabemos que o povo não é articulado. Articulados são eles, que entrarão nessas comissões" (19). E mais: "Quando eles falam de participação da sociedade, todos nós sabemos que essas comissões serão de grupos articulados, com os movimentos dos Sem Terra e dos Sem Teto e outros, que tem mentalidade favorável à Cuba, à Venezuela" (20). Por isso, o povo continuará alijado e, mais uma vez, bestializado, assistindo a tudo isso [esse golpe que é o Decreto 8243/2014], sem entender de nada do que está acontecendo.

O que ocorre com o Decreto? A corrosão da democracia, que favorece o populismo, o clientelismo, a subserviência e a acomodação, a tibieza de iniciativas pessoas, a dependência do Estado para tudo, este paternalismo estatal que se aproveita da vulnerabilidade social, para manipular pessoas e instituições, tornando desprezíveis as liberdades públicas e privadas. Como afirma o Prof. Olavo de Carvalho, em seu livro "O mínimo que você precisa saber para não ser um idiota", "a possibilidade mesma de iniciativas sociais independentes foi praticamente eliminada, na medida em que a regulamentação das OnGs as transformou em extensões da administração estatal (exatamente o que quer o Decreto 8243/2014) e em instrumentos de manipulação de massas" (21). Os coletivos são isso: "construtores revolucionários de uma sociedade socialista" (22). E o que querem? Não o bem comum, conforme o Direito Natural; não a estabilidade [estamos aí já vendo os sinais apreensivos da crise econômica], não a coesão social, a garantia e a promoção das liberdades individuais, da valorização cultural, que civiliza, mas a banalização da vida, em todos os sentidos, o triunfo do homem-massa, o barateamento e nivelamento por baixo, de tudo e de todos, porque "a ação do poder revolucionário, é precisamente , a ruptura do direito" (23) [e especialistas já demonstraram a inconstitucionalidade do Decreto] "e, portanto, da legalidade, que é o domínio da lei" (24).

E é por isso que o golpe que se quer com o Decreto 8243/2014 lembra a quartelada de 89. Golpe este altamente sofisticado, porque travestido de roupagem sedutora: em nome da democracia, querem instaurar a ditadura petista, querer se implantar o socialismo e o comunismo neste País, com apoio internacional. E esta Casa de Leis precisa se posicionar para sustar o Decreto, para salvaguardar a democracia, para salvaguardar a liberdade neste País, para evitar a sovietização em curso, com as conhecidas conseqüências desse processo.

O debate da questão que motivou esta audiência pública, relevantíssimo para a reflexão sobre o que está pondo em xeque a democracia neste País, nos leva a dizer alto e em bom tom: não permita esta Casa de Leis este atentado á democracia brasileira. É hora dos homens e mulheres deste País, que tem amor ao Brasil, dos que sabem do sentido e do valor do patriotismo, para se posicionar em defesa da democracia, da liberdade, do respeito às instituições, também desta Casa Legislativa, sempre em vista a dignidade da pessoa, de cada pessoa humana. Muito obrigado.
Notas:
1. Afonso Arinos de Mello Franco, Problemas Político Brasileiros, p. 150, Livraria José Olympio Editora, 1975, Rio de Janeiro.
2. José Mutilo de Carvalho, Os Bestializados - O Rio de Janeiro e a República que não foi .p. 11, Companhia das Letras, 2204, São Paulo.
3. Ibidem.
4. Ib. p. 13.
5. Sócrates, Os Pensadores, p. 93, Editora Nova Cultural Ltda, 1999, São Paulo.
6. Ibidem.
7. Afonso Arinos de Mello Franco, Problemas Político Brasileiros, p. 25, Livraria José Olympio Editora, 1975, Rio de Janeiro.
8. Ibidem.
9. Ib. p. 17.
10. Ib. p. 26.
11. Ib. p. 26.
12. Editorial do jornal O Estado de São Paulo, Mudança de Regime por Decreto, 30.05.2014 (http://opiniao.estadao.com.br/noticias/geral,mudanca-de-regime-por-decreto-imp-,1173217)
13. Erick Vizolli, "Afinal, o que é esse tal decreto 8.243?" (http://erickvizolli.jusbrasil.com.br/artigos/121548022/afinal-o-que-e-esse-tal-decreto-8243)
14. Ibidem.
15. Ibidem.
16. Ibidem.
17. Reinaldo de Azevedo, "Dilma decidiu extinguir a democracia por decreto. É golpe". Veja on line, 29.05.2014 (http://veja.abril.com.br/blog/reinaldo/geral/dilma-decidiu-extinguir-a-democracia-por-decreto-e-golpe/)
18. Erick Vizolli, "Afinal, o que é esse tal decreto 8.243?" (http://erickvizolli.jusbrasil.com.br/artigos/121548022/afinal-o-que-e-esse-tal-decreto-8243)
19. Victória Broto, "Ives Gandra alerta: decreto 8.243 é ditatorial", Diário do Comércio, 03.06.2014 (http://www.dcomercio.com.br/2014/06/03/ives-gandra-alerta-decreto-8243-e-ditatorial).
20. Ibidem.
21. Olavo de Carvalho, "Tudo o que você precisa saber para não ser um idiota" (Org. Felipe Moura Brasil), p. 173, Editora Record, Rio de Janeiro.
22. Mark Mazower, "Continente Sombrio - A Europa no século XX", p. 271, Companhia das Letras, 2001, São Paulo.
23. Afonso Arinos de Mello Franco, Problemas Político Brasileiros, p. 31, Livraria José Olympio Editora, 1975, Rio de Janeiro.
24. Ibidem.
http://www.midiasemmascara.org/artigos/governo-do-pt/15406-decreto-82432014-golpe-contra-a-democracia.html

POSICIONAMENTO DO PROF. HERMES NERY SOBRE O DECRETO 8243/2014, NO SENADO FEDERAL

https://www.youtube.com/watch?v=LDspWPatQSs

POSICIONAMENTO DO PROF. HERMES NERY SOBRE O DECRETO 8243/2014, NO SENADO...

O discurso da mudança

Escrito por Nivaldo Cordeiro | 26 Agosto 2014




Marina Silva quer governar com e para seu grupelho político, que é socialista e ambientalista, de costas para a realidade.

Todos os candidatos estão usando o mote da “mudança”, até mesmo quem é da situação, tentam seduzir o eleitorado para o engajamento revolucionário. Os marqueteiros admitem que sem o mudancismo não se ganha, ignorando solenemente que o povo brasileiro é majoritariamente conservador e não deseja mudança na ordem estabelecida. Dilma Rousseff não cansa de dizer que dará continuidade ás mudanças que o PT vem fazendo, desde que assumiu. Como pode alguém ser da situação e falar em mudança? Aqui é preciso uma exegese cuidadosa do discurso político em uso.
Há uma sutil confusão entre mudança de nomes (e de partidos) com a mudança da ordem vigente. Certo que todas as candidaturas são de esquerda e o esquerdismo consiste precisamente nisso, no discurso da mudança, até mesmo “contra tudo que está aí”. A esquerda quer modificar o status quo porque acha que tem as soluções para os problemas humanos, bastando, para isso, vontade política. Obviamente é delírio perigoso. Por detrás do argumento está o ímpeto perfectibilista de todos os revolucionários, que acham que podem aperfeiçoar a natureza, inclusive a natureza humana.
O PSDB emprega o termo no segundo sentido, porque aprendeu os limites do Estado e da vontade mudancista. Por isso pôde combater a inflação crônica e elevada e dar relativamente maior estabilidade à sociedade brasileira. Claro que, nos seus quadros, tem um grande número de mudancistas, mas o princípio de realidade prevalece. O PSDB quer mudar mais os marcos jurídicos dos costumes do que a estrutura econômica, como a questão do aborto, das uniões matrimoniais e o uso de estupefacientes. Descobriu finalmente que existe a lei da escassez e que o melhor é deixar as relações econômicas sob o império das forças de mercado, mas sem reduzir o Estado.
O PT, ao contrário, fala de mudança no primeiro sentido. Quer mudar a Constituição, quer mudar o Estado, quer revolucionar tudo. O recente decreto que tenta sovietizar o Estado Brasileiro, ainda em vigor, é bem o exemplo do que estou dizendo. Eu tenho comentado exaustivamente a desesperada tentativa de mudar a cara dos produtores de conteúdo dos meios de comunicação, a fim de controlar a opinião pública, como está sendo feito na Argentina e na Venezuela.
E Marina Silva? Ela se pretende a dupla mudança, de nome (e partido) e da ordem vigente. Ela quer governar com e para seu grupelho político, que é socialista e ambientalista, de costas para a realidade. É por isso que Marina Silva não consegue se apoiar nem mesmo nos quadros históricos do PSB, pois no seu centro de decisões só tem lugar para aqueles que ideologicamente comungam de suas crenças.
Se Marina Silva tem dificuldades para costurar apoios para se eleger, avalie-se o tamanho das dificuldades que terá para governar. Não se pode governar o Brasil de costa para as forças vivas da Nação, nessas compreendidas o Centrão do PMDB, o agronegócio e os partidos que dão sustentação à ordem. Mas é o que propõe a candidata acreana, no seu ímpeto mudancista. Nisso consiste o maior perigo de uma eventual vitória sua.
Quem viver verá!
 http://www.midiasemmascara.org/artigos/movimento-revolucionario/15404-2014-08-26-03-43-55.html

Voluntad Popular rechaza el cierre y la censura en los medios de comunicación





Caracas, 25.08.14.-  Desde la emisora Radio Caracas Radio (RCR), ubicada en el Paraíso, cientos de ciudadanos acompañaron a los periodistas Nitu Pérez Osuna e Iván Ballesteros, quienes alzaron su voz contra la censura, el cierre de medios, la imposición de una línea editorial a favor del régimen, la escasez de alimentos y medicinas, la inseguridad, los presos políticos, entre otros problemas que agobian a los venezolanos.

En nombre de Voluntad Popular, el coordinador político nacional adjunto, Freddy Guevara, recordó las palabras del coordinador nacional de VP, Leopoldo López,  cuando se presentó ante la justicia injusta, aseguró que sus palabras siguen vigentes hoy. “Ese día histórico, Leopoldo dijo: ´si los medios callan, que hable la calle´ y aquí estamos. Somos una organización que ha sido perseguida y censurada. Nuestro coordinador nacional está preso justamente por no callar, por decir la verdad, por pensar distinto”.

Guevara recordó cuando siendo dirigente estudiantil enarboló la bandera de lucha por la libertad de expresión, batalla que inició el 27 de mayo de 2007 cuando dirigentes de todas las casas de estudio tomaron las calles en rechazo al cierre de Radio Caracas Televisión. 

Hoy asegura que la lucha es en dos caminos. “Nosotros tuvimos un precedente en el mes de febrero de este año, en el que veníamos de un momento de mucha frustración para la gente. ¿Cuál es la salida? La discusión es en dos caminos: frenar la represión del régimen, no podemos dar solución sin frenar la violencia y el cambio pacífico, constitucional y democrático. Asumir el camino de la calle, no es violento, nosotros no podemos  caer en el juego de la violencia como quiere el régimen.




El día que dejemos de ir a la calle por temor a lo que hará el régimen, habremos perdido la libertad”.

El concejal aseguró que desde Voluntad Popular se propondrá no solo en este Congreso Ciudadano sino en el seno de la Mesa de la Unidad, dos pasos importantes para la lucha. “Proponemos esta misma semana una jornada de protesta contundente contra el sistema biométrico y un gran debate nacional para convocar la salida pacífica y constitucional de este desastre”.

Para el alcalde del municipio El Hatillo y dirigente nacional de Voluntad Popular, David Smolansky, afirmó que los ciudadanos no se van arrodillar ante la hegemonía comunicacional del régimen.  “En el fondo, hoy estamos bajo el mismo paraguas de vivir en #LaMejorVenezuela, con calidad de vida, de paz, bienestar y progreso. Entonces, si hay razones para protestar: en lo económico con la escasez, el alza de precios y la inflación; en lo político con los cientos de estudiantes que permanecen detenidos y torturados, la injusticia con Leopoldo López, Daniel Ceballos, Enzo Scarano y Salvatore Lucchese; con la inseguridad, somos uno de los principales países más inseguros del mundo. Ya lo hemos dicho muchas veces, los alcaldes tenemos doble rol: atender a la comunidad en sus problemas y alzar la voz ante la crisis nacional”.

“Sean ustedes mi voz”


La periodista Nitu Pérez Osuna no es la primera vez que es censurada. Su programa “Yo Prometo” en Globovisión fue sacado del aire luego de la venta del canal, también fue censurada en el diario El Universal y ahora en RCR por orden de CONATEL. “Me han callado. Me han cercenado mi derecho al trabajo. Yo en todos mis años de profesión solo he querido ser su voz con todos los que nos han necesitado. Hoy yo les pido a todos ustedes que sean mi voz, no se callen, sigan activos. Quéjense en el supermercado cuando estén haciendo la cola y no hay, en el metro cuando no llega, el comerciante que le imponen una multa, cuando estén en una cola para el gas y no se lo puedan vender, en todos los espacios que puedan alcen su voz”.




Sobre la Ley de Comunicación Social, que pretende derogar la actual Ley de Ejercicio del Periodismo, el estudiante de comunicación social de la Universidad Santa Rosa, Eusebio Acosta, expresó que “Son unos cobardes, que esperaron a las vacaciones para imponernos esta ley. Todos los estudiantes de comunicación social vamos a estar en la calle rechazando la ley, en solidaridad con la academia, con los medios y nuestros compañeros periodistas. Luchemos pacíficamente por nuestra patria, los estudiantes no tenemos miedo”.

Para el alcalde metropolitano Antonio Ledezma hay que alzar la conciencia y el espíritu de lucha por la soberanía y defensa del país. “Frente a un gobierno que quiere acallar la voz del pueblo, lo que tenemos es nuestro valor de defender el patrimonio de la libertad. No nos van a poder cerrar los caminos de la libertad. Los regímenes autoritarios buscan periodistas que en lugar de tener el micrófono entre las manos, tengan el rabo entre las piernas.  Esto no es nuevo, forma parte de la hegemonía comunicacional que se anunció”.

Finalmente, la diputada María Corina Machado, a través de una llamada telefónica desde Paraguaná, a propósito de cumplirse hoy dos años de la tragedia de Amuay, recordó a las víctimas de este suceso, que fueron calladas y olvidadas por todos los responsables del hecho. “Les pido que nos organicemos en el Congreso Ciudadano porque no nos callarán, muy pronto vamos a conquistar un país en democracia, progreso y paz”.


http://www.voluntadpopular.com/index.php/ver-noticia/component/content/article/8-noticias/1785-voluntad-popular-rechaza-el-cierre-y-la-censura-en-los-medios-de-comunicacion

Estatismo criminoso na Venezuela, liberdade para “Popeye” na Colômbia

Graça Salgueiro/Notalatina
quarta-feira, 27 de agosto de 2014

Duas notícias estarrecedoras divulgadas hoje, me obrigam a deixar de lado o trabalho para fazer a denúncia no blog: na Venezuela madurista agora, para fazer qualquer compra em supermercados e farmácias, o cidadão tem que deixar sua impressão digital como forma de “controle” contra um alegado contrabando. E na Colômbia, um mega assassino de cognome “Popeye”, que trabalhou desde a adolescência como matador profissional de Pablo Escobar, o rei do cartel de Medellín, depois de cumprir parte de sua pena recebe liberdade condicional.

Na Venezuela os militares controlam até os supermercados

Bem, vamos primeiro ao fato insólito da Venezuela. Como é de conhecimento público, denunciado por mim mesma há tempo, a escassez que o venezuelano comum vem sofrendo atinge níveis inimagináveis. Para controlar - e pôr garrote - não só na população mas sobretudo no empresariado, o usurpador presidente Maduro resolveu, a partir desta terça-feira 26 de agosto, utilizar uma máquina “captahuella”, a mesma que recolhe as impressões digitais (daí seu nome) nas mesas de votação em período eleitoral. Antes disso ele já marcava o povo como os judeus nos campos de concentração, com um carimbo contendo um número que era posto no braço, para que a pessoa não voltasse a fazer compras (em qualquer estabelecimento, pois a tinta não saía com facilidade) no prazo inferior a uma semana.

A novidade de hoje vem como pretexto de coibir o contrabando de mercadorias que, segundo Maduro e seus capachos, sai ilegalmente da fronteira com a Colômbia que tem preços mais atraentes e é revendido na Venezuela no câmbio negro. Saliento que há pouco mais de uma semana Maduro esteve reunido com o presidente Santos na Colômbia, para tratarem dessa questão do contrabando, depois da qual ambos impuseram um fechamento de suas fronteiras a partir das 20:00 h.

O que Maduro não revela é que o suposto contrabando não é causa mas conseqüência de seu incompetente (des)governo, uma vez que a produção industrial vem sofrendo baixas constantes por duas razões: o controle cambiário do CADIV que não permite o fluxo necessário do dólar, que é controlado com mão de ferro e necessário para as importações. E a baixa produção da matéria-prima que está toda nas mãos do Estado. Sem matéria-prima nacional e sem poder importar, por causa do controle da compra e venda de dólares, os empresários e produtores venezuelanos não têm como produzir e daí a escassez. Maduro e seus ministros alegam que não havendo mercadorias suficientes para todos, a solução é criar um “cartão de racionamento”, do mesmo modo que existe em Cuba há décadas. Não sei se é por ignorância mesmo ou má-fé, pois como ele recebe ordens desde Havana, o que deve mudar não é a política econômica mas a “distribuição equitativa”, confirmando a máxima de que “o socialismo é a igualdade na distribuição da miséria”.

A respeito dessa nova norma, o constitucionalista José Ignacio Hernández afirmou que o uso dessas máquinas é contrário à Constituição, porque o sistema econômico venezuelano parte do princípio da soberania do consumidor. Segundo Hernández, “são os cidadãos, e não o Estado, que decidem que bens querem adquirir. Com o sistema biométrico, o Estado é quem vai decidir e isso é inconstitucional”. Para Maduro, entretanto, “Somos obrigados a implementá-lo para combater o contrabando, a voracidade e todos os métodos da burguesia criminosa e parasitária para destruir nosso país. As famílias venezuelanas são as vítimas. É tanta a guerra que quando conseguimos certos níveis de abastecimento, eles baixam o número de caixas para que as pessoas durem horas nas filas”. 

Bem, não vou me alongar muito nesse tema mas alerto apenas que no Brasil estamos caminhando para isso. Sem liberdade de mercado, controle cambiário, escassez de matéria-prima e travas gigantescas na importação, é evidente que todo o resto vem em cadeia e com ele o desemprego. Não tem nada a ver com a suposta “burguesia criminosa”, mas com um Estado falido por má administração e roubo descarado para as mãos (ou as contas em paraísos fiscais) da Nomenklatura e a boliburguesia. E nem é preciso ser economista para entender isso, de tão elementar que é...

E hoje na Colômbia foi libertado Jhon Jairo Velásquez Vásquez, mais conhecido como “Popeye”, um matador profissional que serviu ao cappo do Cartel de Medellín. Segundo ele mesmo conta, Popeye tinha apenas 12 anos quando presenciou numa briga de rua, um homem ser assassinado por outro, que lhe desferiu uma facada na jugular. Todas as pessoas que estavam na rua naquele momento fugiram horrorizadas, menos ele, que ficou encarando o assassino com uma fascinação ao ver o sangue esguichar do pescoço do agonizante. Diz ele: “Assim perdi minha inocência e voltei a nascer para o mundo que me coube viver. Não aquele que minha mãe sonhou, senão o que encontrei na rua e no mais profundo do minha condição humana. A partir desse dia, eu já não fui mais o mesmo. Pouco a pouco e sem notar, comecei a me transformar em “Popeye”.

Bem, Popeye é o único sobrevivente do bando de temidos sicários de Pablo Escobar e sai da prisão depois de cumprir 23 anos (três quintas partes da condenação) na penitenciária de Cómbita. Ele teve sua pena rebaixada por colaborar com a justiça e realizar trabalhos, mas para obter sua liberdade condicional teria pago 5.000 dólares. Popeye se uniu ao Cartel de Medellín aos 18 anos, quando “o patrão”, como era conhecido Escobar, começou a lhe encomendar assassinatos. Tem sob suas costas mais de 300 mortes, além de haver seqüestrado o ex-presidente Andrés Pastrana e o ex-vice-presidente Francisco Santos, quando era chefe de redação do jornal El Tiempo. Um de seus feitos foi a derrubada de um avião da Avianca em pleno vôo, no qual morreram 107 passageiros. Popeye admitiu com frieza que ordenou o assassinato de umas 3.000 pessoas, dentre elas centenas de policiais, jornalistas, juízes, magistrados, políticos e o candidato à presidência Luis Carlos Galán, quando Pablo Escobar travava uma guerra contra o governo para evitar sua extradição, inclusive o ataque ao Palácio de Justiça. 

Agora este psicopata paga para ter a liberdade condicional e solicitou à Justiça que lhe dêem “garantias de vida”, através de escoltas armadas, pois teme ser assassinado por vingança. Saiu da prisão sob um forte esquema armado, enquanto a pessoas dignas, honradas e trabalhadoras, como o jornalista Ricardo Puentes Melo que já sofreu inúmeras ameaças reais a ele e sua família, o governo retira essa proteção “por não ver necessidade”.

Encerro esta edição com quatro vídeos de uma entrevista com o psicopata assassino Popeye, intitulada “As confissões de Popeye”. Fiquem com Deus e até a próxima!

Comentários e traduções: G. Salgueiro

Las confesiones de Popeye - Capítulo 1- https://www.youtube.com/watch?v=4rxMZLWyyDw   

Pablo Escobar - Las confesiones de Popeye - Capítulo 2-https://www.youtube.com/watch?v=BHHB73K1hrY


Pablo Escobar - Las confesiones de Popeye - Capítulo 3 https://www.youtube.com/watch?v=OMAcXC2louA


Pablo Escobar - Las confesiones de Popeye - Capítulo 4 -https://www.youtube.com/watch?v=G_MajP5Q1sg


http://notalatina.blogspot.com.br/2014/08/estatismo-criminoso-na-venezuela.html


terça-feira, 26 de agosto de 2014

Jefa del Gabinete de Perú consigue el voto de confianza del Congreso y evita crisis ministerial

Ana Jara, jefa del Gabinete peruano. AFP

Martes, Agosto 26, 2014

La nueva jefa del Gabinete peruano, Ana Jara, consiguió este martes, en un tercer intento, el voto de confianza del Congreso, que dió finalmente su apoyo al equipo ministerial de Ollanta Humala y evitó una crisis en su gobierno.

En una cerrada votación que debió definirse con el voto positivo de la presidenta del Congreso, Jara quedó confirmada como la nueva 'premier' del gobierno de Humala, que en sólo tres años de gestión tuvo una sucesión de seis funcionarios distintos en el cargo.

La votación en el parlamento unicameral arrojó 55 votos a favor de la moción de confianza y la consecuente investidura del gabinete, contra 54 votos en contra y nueve abstenciones.

La ratificación pone punto final a dos semanas de incertidumbre sobre la estabilidad del gabinete de Jara, necesitaba la ratificación para iniciar formalmente las funciones para las cuales fue designada por el presidente Humala el 23 de julio.

Una victoria de la oposición hubiera significado la remoción de la premier, una renuncia automática del gabinete y la conformación de uno nuevo, lo que habría golpeado la credibilidad del gobierno.

El presidente Ollanta Humala puso paños fríos a la situación y expresó que "nunca hubo una crisis" en el gobierno por la demora en lograr el apoyo del parlamento unicameral, donde el oficialismo no tiene mayoría absoluta.

"Hay que pasar la página y seguir trabajando", dijo Humala en declaraciones a periodistas, una vez superado el complicado trámite de aprobación congresal de su 'premier'.

¿Qué pedían los opositores?

Los bloques de oposición en el Congreso reclamaban al gobierno el cambio de algunos de sus ministros y modificaciones en sus programas para dar apoyo al gabinete.

"No hará renuncias de ministros. No vamos a entregar cabezas", había adelantado la nueva jefa del gabinete el lunes, al descartar que para mantenerse en su puesto el gobierno vaya a acceder a cambios de ministros.

"El gabinete nace débil", dijeron legisladores de la oposición que reclamaban cambio de nombres en algunas carteras ministeriales.

"El gabinete no tiene la confianza del Congreso ni del país. Algunos ministros deberían renunciar", enfatizó el legislador Pedro Spadaro, del partido Fuerza Popular de Keiko Fujimori, segunda minoría del congreso detrás del oficialista partido Nacionalista.

Ana Jara es la sexta presidenta del Consejo de Ministros desde que Humala asumió la presidencia peruana, en julio de 2011.

La alta funcionaria enfrenta el desafío de lograr que la economía retome la senda del crecimiento mensual por encima del 4%, en momentos que el país registra una contracción de la actividad y la inversión privada, con un crecimiento interanual en junio de apenas 0,3%, el menor en cinco años.


Colaboración: AFP


www.canalntn24.com/noticia/jefa-del-gabinete-de-peru-consigue-el-voto-de-confianza-del-congreso-y-evita-crisis-ministerial-23510

O ESGOTAMENTO DO CAMPO POLÍTICO CUBANO





por Jorge Hernández Fonseca. Artigo publicado em 25.08.2014

A corajosa e beligerante carta que o opositor político cubano Jorge Luis García Pérez, “Antúnez”, recentemente direcionou a Raúl Castro, veio preencher um longo vazio no panorama da oposição política cubana. A carta coloca no centro das discussões a validade da luta opositora como alternativa ao governo na ilha após a desaparição física dos irmãos Castro, tenham eles encabeçado a transição ao capitalismo, ou não.

Já poucos acreditam que a solução do chamado “problema cubano” virá de uma deposição súbita da ditadura atualmente no poder. É a solução biológica que tem ocupado um primeiro plano, seja por uma inércia natural, seja pela forma como a ditadura tem-se defendido dos perigos associados às mudança num regime que tem se mostrado incompetente em levar comida à mesa dos cubanos.

Tudo parece indicar que as já iniciadas conversações com a União Europeia - e as que logo começarão com os EUA - marcarão os rumos que guiarão tíbios câmbios políticos dentro da ilha. A solução deixará nos lutadores democráticos cubanos um sabor amargo ao constatar que um novo “Tratado de Paris” está próximo, e lhes fornece poucas possibilidades de participar, mesmo que apenas insinuando soluções associadas aos anseios democráticos, ante uma população cubana entediada e indiferente com o futuro do país face às contínuas frustrações dos últimos 55 anos. Os culpados marcarão o ritmo das reformas econômicas, possibilitando, isso sim, participar da “pinhata” toda solução capitalista que se agregue. Contanto que não se fale de política.

Nas altas esferas da ditadura cubana também se nota o esgotamento natural de mais de meio século de “batalhas” supostamente vitoriosas, mas, sem comida para o sofrido povo da ilha, cuja esperança se cifra na emigração a todo custo. Os serviços de inteligência cubanos, tanto dentro de Cuba como fora dela, continuam seu trabalho com razoável sucesso. Têm conseguido dividir as Damas de Branco; dos principais opositores cada vez se fala menos; no exílio de Miami tudo transcorre numa longa espera ante o avanço das missões culturais da ditadura, que tomam por assalto o último bastião declaradamente opositor.

Nas altas esferas norte-americanas nota-se igualmente o cansaço pelos anos de tensão, nos quais o poderoso do norte tem deixado à ditadura castrista “se cozer na sua própria salsa” dentro de uma sociedade cada vez mais miserável econômica e socialmente, mas, com uma contrapartida política cada vez mais estendida em toda América Latina, onde tem encontrado padrinhos, financiamento, abrigo e muito eco político.

Nestes momentos é natural que EUA aspirem a normalizar a situação “especial” das relações com Cuba, tendo constatado que, em primeiro lugar, o castrismo - enquanto perdia a guerra de guerrilhas em toda Latino-américa - ganhava em paralelo a guerra civil cubana dos anos sessenta do século passado, que se estendeu até meados dos anos setenta com um saldo de quase 10 mil cubanos fuzilados e centenas de milhares de jovens cubanos condenados a longas penas de prisão. Nos decênios seguintes, prosseguiu a intervenção castrista na América Latina, no plano civil, político, ajudando a eleger presidentes pró-castristas em vários países da região. Esse trabalho chega ate nossos dias na forma de um grupo importante de nações da órbita castrista que exercem pressão sobre EUA para a normalização com Havana.

Por outro lado, nota-se dentro dos Estados Unidos uma tendência forte para hierarquizar a estabilidade dentro de Cuba, muito por cima da pura derrota da ditadura, por três razões que se conjugam. Em primeiro lugar, os atuais procedimentos em Cuba denotam de maneira explícita uma auto-derrota da ideologia marxista, deixando um saldo leninista de ditadura que somente afeta os cubanos, que podem/devem resolver isso a médio prazo. Em segundo lugar, uma desestabilização política dentro da ilha, ou um vácuo do poder castrista atual, ocasionaria uma desagradável “explosão balseira”, o pior pesadelo atual para os governantes norte-americanos, que apenas começam a emergir de uma forte crise econômica. Em terceiro lugar, a oposição política cubana não tem podido (sabido, conseguido) posicionar-se como uma opção real de poder aos olhos dos EUA, com uma força tal que permita controlar a possível influência narcotraficante que muito provavelmente caia sobre a ilha se houver um vácuo de poder associado a dissolução dos atuais corpos armados da ditadura, que até o momento tem garantido um status de convivência “aceitável” para os EUA.

É evidente que estes interesses norte-americanos - ademais totalmente legítimos desde o ponto de vista de sua própria nação - primarão nas conversações que se aproximam. A grande incógnita para os cubanos democratas é se outros interesses norte-americanos, também comuns aos do povo de Cuba, como a eliminação do foco de anti-norte-americanismo que representa o castrismo, ou o estabelecimento de um regime democrático a 90 milhas de suas costas, escolhido em eleições livres e supervisionadas, o que também significaria estabilidade dentro da ilha, estaria na agenda das conversações que se aproximam.

A grande pergunta é: devemos os cubanos aguardar pelo desenvolvimento dos acontecimentos, ou ser proativos nas propostas ante as instâncias da União Europeia e dos EUA para instituir uma sociedade democrática dentro de Cuba?




http://www.puggina.org/artigo/convidados/o-esgotamento-do-campo-politico-cubano/1735

Crocodilos em pânico

Escrito por Olavo de Carvalho | 25 Julho 2013

Mídia Sem Máscara


A simples ajuda mútua entre os partidos legais e as quadrilhas de terroristas e narcotraficantes que o compõem já bastaria para fazer do próprio Foro, como um todo, uma organização criminosa no sentido mais estrito e legal do termo.

Antes de analisar qualquer coisa que o sr. Mauro Santayana escreva, é preciso saber que ele trabalhou como comentarista político da Rádio Praga, órgão oficial do governo comunista checo, e foi nada menos que redator-chefe das emissões em português da Rádio Havana. Essas estações nunca praticaram o jornalismo, no sentido normal do termo. Eram órgãos de desinformação, partes integrantes da polícia política comunista. A segunda ainda é. Chamar o sr. Santayana de “jornalista” tout court, sem esclarecer o uso específico que ele faz dessa fachada profissional, é sobrepor um formalismo burocrático-sindical à realidade substantiva do trabalho que ele exerce. Ele é, sob todos os aspectos possíveis e imagináveis, um agente de influência comunista. O jornalismo é o canal, não a substância da sua atividade.

Um agente de influência não faz propaganda comunista. Mantém-se numa posição discreta, equilibrada, e só procura influenciar as autoridades e os formadores de opinião em pontos determinados, precisos, para induzi-los a decisões que sirvam à estratégia comunista sob pretextos que não pareçam comunistas de maneira alguma. Esse esforço só se intensifica e sobe de tom quando se trata de medidas urgentes, vitais para a sobrevivência do movimento comunista. É só aí que o lobo perde a compostura ovina, rosna, mostra os dentes e sai mordendo.

No momento a coisa mais urgente e vital para o comunismo na América Latina é afastar a ameaça de uma investigação fiscal no Foro de São Paulo. É urgente e vital porque há 23 anos essa entidade gasta fortunas incalculáveis, transportando incessantemente centenas de politicos, intelectuais, militantes e terroristas entre todas as capitais do continente, hospedando-os nos melhores hotéis, sem jamais informar à população de onde veio o dinheiro. O envolvimento de alguns de seus membros mais prestigiosos no narcotráfico é fato notório, comprovado por depoimento do traficante Fernandinho Beira-Mar e pelos computadores do ex-comandante das Farc, Raul Reyes, apreendidos pelo exército colombiano.

O Foro de São Paulo é o comando estratégico do movimento comunista latino-americano. Faz e desfaz governos, interfere na política interna de dezenas de países, decide os destinos do continente, fornece cobertura a terroristas e narcotraficantes e, segundo confissão do seu fundador e nosso ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva, faz tudo isso de modo calculado para que “as pessoas não percebam do que estamos falando” (sic). Chamar isso de conspiração não é portanto uma “teoria”. É usar o termo apropriado para definir um fato tal como descrito pelo seu autor principal.

Durante dezesseis anos o Foro cresceu em segredo, sob a proteção da mídia cúmplice que negava a sua existência e que, quando não pôde mais fazer isso, passou a mostrá-lo sob aparência maquiada, como um inofensivo “clube de debates”. A desconversa não pegou, é claro, em primeiro lugar porque nenhum clube de debates emite resoluções unânimes repletas de comandos a ser seguidos pelos participantes; e, em segundo lugar, porque o próprio fundador da coisa deu com a língua nos dentes, no discurso que pronunciou no décimo-quinto aniversário de fundação da entidade.

A simples ajuda mútua entre os partidos legais e as quadrilhas de terroristas e narcotraficantes que o compõem já bastaria para fazer do próprio Foro, como um todo, uma organização criminosa no sentido mais estrito e legal do termo, mesmo sem levantar a hipótese, praticamente inevitável, de que a troca de vantagens políticas importasse em benefícios financeiros ilícitos para qualquer das partes.

No entanto, entre tantos segredos que preenchem a história do Foro, as finanças são ainda o mais bem guardado. Mesmo depois que, forçado pelas circunstâncias a passar do silêncio ao exibicionismo histriônico, o seu atual dirigente Valter Pomar decidiu embelezá-lo como entidade transparente e aberta ao público, nem uma palavra veio à sua boca em resposta à pergunta decisiva e proibida: Quem paga a festa? Quem pagou durante 23 anos? As Farc? O governo brasileiro? O petróleo do sr. Hugo Chávez? Cadê os recibos? Cadê as notas fiscais? Cadê as autorizações de despesa?

Quem lançou essa pergunta, semanas atrás, fui eu (v. http://www.olavodecarvalho.org/semana/130626dc.html). Esperava que, como todas as anteriores que coloquei no ar, ela caísse em ouvidos moucos. Para minha surpresa, alguns grupos de jovens, que não conheço e que não me consultaram em nada, deram-lhe atenção e fizeram dela uma das bandeiras do seu movimento “Marcha das Famílias”. Embora a passeata que organizaram contra o comunismo reunisse não mais de cem pessoas, ela espalhou pelas ruas e pela internet o mais óbvio, inegável e legítimo dos pedidos: auditoria no Foro de São Paulo, já!

Aí, é claro, foi o pânico. Antes mesmo que qualquer solicitação formal de uma investigação fosse enviada ao Ministério Público ou à Receita Federal, era preciso criar contra ela uma predisposição hostil para dissuadir as autoridades, a priori, da tentação de atendê-la.

Primeiro veio então a página do “Opera Mundi” que, naquele tom lacrimejante próprio dos crocodilos, se queixava de que o Foro “sofria ameaças violentas”. Coitadinho. Ele só tem, para defendê-lo, os exércitos de Cuba e da Venezuela, as tropas das Farc e a militância armada do MST e da Via Campesina, sem contar o governo brasileiro. Não é mesmo para ficar aterrorizado ante umas dezenas de estudantes que o xingam pela internet?

Mas logo depois dessa palhaçada entrou em cena, como era de se esperar, o sr. Mauro Santayana. E veio com uma conversa muito mais interessante. Veremos no próximo artigo.


Publicado no Diário do Comércio.

http://www.midiasemmascara.org/mediawatch/noticiasfaltantes/foro-de-sao-paulo/14354-crocodilos-em-panico.html

20º Foro de São Paulo é realizado em La Paz, Bolívia


Lula discursa durante ato político em comemoração aos 15 anos do Foro de São Paulo (Foto Ricardo Stuckert/PR)


Por Revolta Brasil 25.08

Esquerdas da América-Latina se reúnem hoje (25) na cidade de La Paz, na Bolívia, onde ocorrerá o 20º Foro de São Paulo. O encontro acontece entre os dias 25 e 29 deste mês.

Na prática são ditadores e simpatizantes políticos de doutrinas esquerdistas, que se reúnem para traçar planos para expandir o comunismo nas Américas e lutar contra as doutrinas de direita.

Para entender melhor do que se tratam as doutrinas de esquerda debatidas no Foro de São Paulo basta saber que um de seus grandes gurus é Fidel Castro, o ditador genocida de Cuba, o mesmo que mantém seu povo na pobreza absoluta, fazendo com que muitos arrisquem suas vidas tentando fugir do país pelo mar, para chegar aos Estados Unidos e alcançar a liberdade, que não conheceram enquanto cidadãos cubanos. Aquele mesmo ditador que vive no luxo e mantem seu povo no ‘pó’. É isso a base do comunismo destrutivo pregado no Foro de São Paulo.




http://www.epochtimes.com.br/20-foro-de-sao-paulo-realizado-la-paz-bolivia/#.U_zjxWNFbGM